Thursday, January 18, 2007

Gran Carária

Queridos leitores, antes de mais nada, desculpem o atraso da atualização desse blog. A viagem tá quase fazendo um mês e até agora nada. Os posts abaixos estão escritos faz tempo, mas e a preguiça? Resolvi postar assim mesmo, mesmo sem as fotos da viagem. E comecei a preparar um dia-a-dia para dar uma idéia mais clara da viagem, mas parei no 3º dia. 4 more to go.

Então, abaixo é um brainstorming de dicas e primeiras impressões locais. Mais informações, com ilustrações, ainda por vir.
Como e quanto!

Fomos de pacote turístico, o melhor custo-benefício para essa época do ano, principalmente comprando “em cima da hora” (leia-se em outubro). A passagem Londres – Las Palmas – Londres, saindo no dia 25 de dezembro e voltando no dia 1 de janeiro, mais 7 noites em acomodação self catering (saleta com mini cozinha, quarto e banheiro) saiu a £ 322.00 por cabeça, pela Thomas Cook (www.thomascook.com). Atenção: quando você fecha um pacote no site, eles incluem tudo e mais um pouco, como transfer, seguro não-sei-o-que, comida no avião... Se você é do tipo mochileiro, estudante, pé-rapado, vai preferir se organizar e fugir desses custos (eles são para inglês pagar!).

Vantagens: preços em conta para essa época do ano. Se você montar seu próprio pacote, saindo e voltando no dia que VOCÊ quer, é capaz de sair pelo menos o dobro ou o triplo por pessoa. A acomodação tambem é OK, porque a empresa meio que pré-seleciona hotéis e pousadas para atender os clientes malas. O nosso era um “2 estrelas”, mas melhor do que muita pousadinha ma-o-meno que eu fiquei.

Desvantagens: viajar no dia 25 de dezembro é o caos! Em Londres, não tem condução. Tinha ônibus saindo da estação de Vitoria até o aeroporto, mas de hora em hora, e nã tinha como chegar a estação de Vitoria a não ser de táxi. Ou seja, morremos em £ 80.00 indo de New Cross ao aeroporto de Gatwick de táxi (a empresa nos cobrou £ 75.00, mas o motorista enfiou os £ 5.00 no meio e era Natal, a gente não quis discutir). Na Ilha, o mesmo problema. Conseguimos um ônibus (€ 3.30/pessoa) que passava de meia em meia hora e nos deixou próximo ao hotel (o fulano da Thomas Cook nos disse que não havia ônibus e que teríamos que pegar um téxi - € 30.00). Nenhum mercado aberto. Como era self catering, a comida quem providencia somos nós. Encontramos um restaurante, mas ficamos com fome à noite. Até porque o nosso hotel só estava servindo a ceia de Natal e nada mais (€ 25.00/pessoa).
O hotel: El Cardonal

Não era nenhum 4 estrelas, mas era decente. À primeira vista, pareceria ser muito bom. Piscina, restaurante, bangalôs (casinhas) separadas. Cada quarto (pelo menos os de casal) tinha uma saletinha com sofá, TV 14”, mesa de centro, e era ligada à cozinha (kitnet) com mesa, microondas, torradeira, geladeira, pia e armários. O banheiro tinha a pia, uma banheira com chuveiro, o vaso e até um bidê! Bidê não é normal em alguns lugares da Europa, tanto que o senhor meu namorado olhou assustado perguntando que diabos era aquilo. No quarto tinham duas camas de solteiro juntas, mesas de cabeceira em cada um dos lados, um espelho grande e armários. Rolava um serviço de quarto, onde arrumavam a cama e checavam o papel higiênico e tiravam o lixo. Até aí, bem bacana.

Mas vamos ao lado critico de uma menina “fresca”. O lugar cheirava a mofo. Nao estava o supra sumo da limpeza. A banheira estava com umas manchas meio ferrugem – ou seja, banho de chinelinho no chuveiro e olhe lah! O termo self catering se aplica a tudo: ateh detergente e esponja tivemos que comprar. Nao tem nem aqueles sabonetinhos vagabas que a gente usa pra lavar mao, saca?

Um dica: procure saber tudo que o seu hotel tem a te oferecer. A TV do nosso era alugada (TV a cabo): por € 15.00 a semana, a gente teria direito a não sei quantos canais de TV, mais dois de filmes. A diária saía a € 2.50. Se não pagar, a TV nem liga. Descobrimos mais tarde que o hotel também alugava DVDs. Por € 5.00 a diária (não lembro o valor por semana, mas era bem mais barato). Poderíamos ter alugado no dia 25, se soubessemos a tempo, já que não havia muito o que se fazer à noite. Aliás, o hotel alugava quase de tudo: ferro de passar roupa, sanduicheira, abajur, barraca de praia e por aí vai.
Nativos e turistas: Gastei meu espanhol nessa viagem.

Gastei tanto que estou no débito. Mas as pessoas – como a grande maioria dos espanhóis – são a simpatia personificada! É uma alegria conversar com eles, sempre sorridentes, e tranquilões como nós brasileiros. Além de falarem um pouco de inglês, todos entendem nuestro portunhol. Então aproveite para falar e praticar!

Não adianta ter pressa; se você vai a um restaurante, melhor não estar morrendo de fome, porque a comida leva um tempo pra chegar na mesa. Imagino eu que seja porque tudo é feito na hora, fresquinho. Como as ilhas Canárias são parte do territorio espanhol, (quase) todo mundo que trabalha lá fala espanhol. Mas a grande maioria dos turistas vêem de lugares extremamente frios. Alemanha, por exemplo. Como tem alemão naquela terra! Em segundo lugar acho que são os ingleses, graças a pacotes como o da Thomas Cook. Mas os nórdicos (noruegueses, suecos, finlandeses e dinamarqueses) também tem seu lugar cativo. Aliás, eu notei duas igrejas norueguesas em Gran Canaria. Muitos restaurantes alemães, britânicos (e alguns poucos pubs irlandeses) e nórdicos. E, claro, italianos. Comida italiana é simples, barata e agrada todo mundo. Quem não come uma pizza? Só mulher de dieta. Claro que existem os restaurantes espanhóis/canários, com muito peixe e frutos do mar.

Nunca deixe para amanha o que pode fazer hoje!

E algumas outras dicas:

* Quando chegamos no hotel, notamos que o aluguel de carro lá é bem em conta. Pensamos "que beleza, quem sabe a gente nao aluga, né?". Manés! Levamos dois dias pensando e quando resolvemos não havia um carro sequer em toda a ilha a ser alugado. Nem no sul, nem no norte.

* Leite condensado lá eh MUITO mais barato do que aqui. Metade do preço, sabe como? Aqui custa £ 1.40, lah, £ 0.60! Vi o leite condensado (e "La Lechera", ou seja, Leite Moca) a esse preco durante 6 dias! No 7o dia, quando resolvi comprar para trazer (tenho que fazer mousse de maracujá, gente!), cadê???

* Não eh frescura de mulherzinha, mas kit manicure basico eh vital! A unha fica o ó do borogodó, principalmente porque a areia de lá á daquelas bem fininhas e com grãos pretos. Entranha no dedo, na unha, na alma! Uma lixinha, um alicate, de repente atá uma base são indispensáveis. Ah sim, uma pinça para aparar as sobrancelhas nao fazem mal e nem ocupam espaço na mala.

* Nao é porque a gente nao sente o sol que ele nao queima. Tudo bem, queima menos, mas filtro solar - um fator menor do que o de costume - eh sempre bem-vindo. Na hora nao notei que estava queimada, mas agora é possível ver um pouco e principalmente sentir a pele ressecada. Ah sim, protetor labial, não só para o sol, mas para o vento (frio) também é um salvador!

* Livro, ipod/diskman, querido diário. Podem salvar aquela noite preguiçosa, ou fazer o tempo passar dentro do ônibus.