Friday, May 18, 2007

Que cabeca a minha!

Acabei de perceber que nao postei fotos da Italia aqui, nem comentei nada sobre Verona. E Copenhagen passou batida tambem! Vou tentar atualizar antes que Oslo chegue! ;-)

Munich (Munique), Alemanha

Aproveitamos um feriado bancario e nos despecamos para Munich. A cidade eh uma das mais 'ricas' (desenvolvidas, etc.) do pais e fica localizada na regiao da Bavaria (qualquer semelhanca com o nome da cerveja eh mera inspiracao). Como eh bem proxima dos Alpes, o tempo lah eh meio instavel. Ora abre sol, ora a chuva cai (e cai de verdade) e o ceu fica dividido entre meio azul, meio cinza, meio escurao.

O famoso Rio Danubio passa ao norte de Munich e existem varias cidades proximas e interessantes para o visitante que estah com tempo para explora-las. Transporte intermunicipal na Alemanha pode ser bem caro (lembro que eu cheguei a pensar em passar 15 dias na Alemanha indo de um canto para outro de trem e algumas passagens chegam a mais de 100 euros - era mais barato voltar para Londres de aviao e ir para a outra cidade de aviao tb).

Eu adoro comida alema, principalmente as salsichas. Uma das minhas grandes frustracoes em Londres eh que a salsicha daqui eh uma coisa horrorosa de ruim! Eh possivel comprar salsichas Frankfurter no mercado, o que dah pro gasto, mas nao tem a variedade, saca? E pra comer salsicha britanica, prefiro ficar com fome. Entao, nao podemos reclamar disso lah em Munich. A gente comeu bem e comeu muito. Uma pessoinha como eu, de 1,55m, nao pode comer daquele jeito, gente. E nas nossas andancas encontramos uma sorveteria daquelas que nao serve sorvete, serve carro alegorico! Sorvete de tudo quanto eh tipo e sabor, que chega a ser dificil escolher. E vale por uma refeicao (ou mais)! Nem lembro qual foi minha escolha, mas uma com muito chocolate e um licor de nozes, acho. Cipri pegou um de Kiwi, Marco um de Carmen Miranda (tanta fruta junta, parecia Brasil) e Maryam um de Amaretto. No final das contas, fui reconhecida e um dos atendentes veio falar comigo em portugues! :-D E portugues do Brasil! :-) Valeu ter ido com minha camisa da selecao. A sorveteria eh italiana, o rapaz eh de Floripa (mas branquinho como alemao, coitado, nada de Paulo Zulu), familia italiana e fala alemao com sotaque (claro que eu nao reconheci). Parece que tinham mais alguns brasileiros trabalhando lah. Nos estamos em todos os lugares! hehehe

Entao vamos a parte pratica: nossa passagem, via Easyjet, custou 62 libras por cabeca (maomeno R$ 248.00) e ficamos no Hotel Tryp, um hotel 4 estrelas da rede de hoteis Melia (http://www.solmelia.com/solNew/hoteles/jsp/C_Hotel_Description.jsp?codigoHotel=6502). O quarto de casal saiu 45 libras (R$ 180.00) por dia, ou seja, 90 libras (um pouco menos, na verdade) pelas duas noites. O hotel eh bem pertinho da estacao de trem, o que eh uma mao na roda, e a caminhada ateh o centro historico dah uns 15-20 minutos, ou seja, a localizacao eh boa tb. O trem do aeroporto para o hotel custa 8 euros cada perna, por pessoa, e a viagem dura de 30-40 minutos.

Comemos em dois restaurantes bacanas, um bem tipico e outro mais turistico. O ambiente do tipico eh mais agradavel, a comida do turistico eh mais saborosa. Os dois sao mais ou menos o mesmo preco. Levamos aproximadamente 250 euros (R$ 750-800) para os dois e gastamos tudo. Nao compramos nada de souvenier, foi tudo com comida mesmo (cafes da manha, jantares, muitos sorvetes, chopps, cafes e um jantar mequetrefe no aeroporto), e entradas em museus e transporte. No geral, a viagem de 3 dias nos custou aproximadamente 450.00 libras, incluindo as despesas de transporte em Londres.

Munich (Munique), Alemanha

Esse predio fofo eh um dos pubs mais antigos de Munich. Estah em funcionamento desde 1440. Voces tem nocao de quanto isso eh velho? Quando os espanhois chegaram as Americas em 1492, o povo jah frequentava esse pub ha mais de 50 anos!

Alias, para quem acha que um copo (pint) de cerveja na Inglaterra eh grande, espere para ver a pint na Alemanha. 1 litro de cerveja num copo! Quer que eu repita??? UM LITRO! A gente ia malocar um copao para trazer como souvenier (por 1 euro), mas o bicho era pesado de lascar!

Nao se assustem, amantes de cerveja, mas tambem da sobriedade, podem ficar tranquilos, porque eles tem versoes mais humildes de copos.


Predio de esquina no centro de Munich. Como toda cidade europeia, a cidade era protegida por um muro e com a chegada 'mudernidade', o que tinha dentro do muro vira cidade historica (ou antiga) e o que tinha fora vira parte da Grande whatever (aqui, Munich). As principais atracoes sao todas no centro historico, que felizmente nao eh muito grande, porque a gente andou feito camelo e eu ferrei meu peh direito de tanto andar (ateh hoje estah dolorido).

Esse predio fica tambem proximo a principal zona de comercio. Como uma cidade rica que eh, eh cheia de lojas chiques e caras. Mas comparando com Londres, eh possivel encontrar coisas mais em conta, tipo maquiagem (segundo a Maryam, porque eu nao faco ideia de preco dessas coisas nem aqui em Londres).

Comida tambem eh um preco ok, ainda mais comparando a qualidade e quantidade com o que eh servido em Londres.



Uma das esquinas de Munich. Tem uma coisa muito interessante lah que sao as bicicletas para alugar. Elas ficam em qualquer lugar, voce manda um texto para um numero com o codigo da bicicleta que voce viu e ela eh automaticamente liberada para seu uso. Cansou? Nao quer mais brincar? Larga ela em qualquer canto, manda outra mensagem e ela eh bloqueada. O valor eh descontado da sua conta de celular. Ah sim, voce tem que ter um celular alemao para isso.

Munich tem uns parques muito bacanas, como o Parque dos Ingleses (infeliz o nome), e eh muito arborizada. As ruas principais, ou proximas da estacao de trem nem tanto, mas vai caminhando pelo centro historico e voce sente o fresquinho de cidade do interior cheio de arvores. Uma sensacao muito agradavel.

Eh tambem no parque dos Ingleses que vimos uma das coisas mais curiosas da viagem: surfe de canal. Surfista tem uma criatividade, neh? Esse canal tem uma barreira para evitar que a agua do rio entre muito forte e consequentemente criou essas ondas fortes o suficiente para entreter os rapazes (e raparigas, que marcam presenca, mesmo em menor numero) num frio do cao! Rola fila e tudo e voce tem que ser cavalheiro para surfar um determinado tempo e dar a vez ao proximo.

Proxima encanacao quero vir surfista. Os caras nao tem nada de barriga (um fato surpreendente num pais onde se toma cerveja de cafe da manha, come-se muit a carne de porco e batata), os musculos todos torneados e uma disposicao que eu nao tinha quando era uma crianca hiperativa aos 3 anos de idade.

Esse eh o hall de entrada de um museu "muderno". Acho que eh um misto de museu de design, tecnologia e esquisitices. Divertido, e agora vendo as fotos ve-se que eh um lugar bacana para fotografos. Reparem que ateh dentro do museu tem arvore!



Taih um pequeno pedaco do tal museu. Cheio de coisas de design italiano (mas tem design de artistas alemaes tambem), compondo um visual muito interessante. Reparem nas cadeirinhas para o povo descansar. Ah cim, cheio de criancas pra lah e pra cah.

Essa regiao tem 3 museus: esse aih, um de arte mais... tradicional (quadros e algumas esculturas, a grande maioria de artistas alemaes, mas com Monet, Renoir, Degas, Rodin, entre outros no acervo) e um outro de arte ainda mais tradicional, algo tipo... religioso, porque a Maryam, que eh artista, nao quis ir e ela detesta arte religiosa.

As entradas aos domingos custam 1 euro para cada. Um bom incentivo para as pessoas irem aos museus. Alias, Munich eh uma cidade bem "caseira" pelo que pude perceber. As poucas pessoas que estao nas ruas, geralmente estao nos parques e museus. As ruas de comercio nao sao aquela loucura que vejo no Rio e em Londres e geralmente as pessoas preferem ficar curtindo uma vidinha mais tranquila no final de semana.

Um outro angulo do museu. Estou laaaaaah atras, perto do quadro com uma mulher mucho loca. Aquilo lah sao comerciais de uma bebida que nunca ouvi na vida: Africola (Africa + coca cola). Os comerciais sao da decada de 70 e nao vou enganar voces nao: chegam perto da pornografia!!! Mulheres lambendo gelo, jogando o refri pelo corpo, todas de biquini pequenos, fazendo cara de vem-cah-meu-garanhao-lambe-aqui-vai. E pais pra frentex essa tal de Alemanha!

Budapeste, Hungria

Fomos para Budapeste em apenas um final de semana. Chegamos no sabado por volta das 10h, voltamos no domingo as 17h. Pouco tempo, mas conseguimos ver bastante coisa.

Viajamos com uma cia. aerea chamada Wizz, que tem os melhores precos para lah (eles tambem vao para varias cidades da Polonia, entre outros lugares). Nada demais, essas budget airlines sao todas muito parecidas.

Ficamos hospedados no Grand Hostel, um albergue pequenito, mas que tinha acabado de passar por uma reforma, ou seja, os banheiros eram novinhos. O problema eh que no mesmo albergue estavam hospedado um time de meninas de handball - ou qualquer coisa do tipo - e sabe como eh mulher no banheiro, neh? Caso contrario, teria sido bem tranquilo. Os caras do albergue foram super gente boa com a gente, emprestando talheres e copos para fazermos nosso piquenique nas meses do lugar, com a comida que a irma do Cipri trouxe diretamente da Romenia. :-D

Ficamos os quatro no mesmo quarto e saiu 13 euros por cabeca. Um dos albergues mais baratos que ficamos ateh agora (apesar de termos ficado apenas em 4 no total). Nas fotos voces podem ver a parte de fora (com essa cor, impossivel nao achar), um dos banheiros e a parte externa, com as biclicletas que eles alugam. Em Budapeste tem muito bonde e tem ponto de bonde bem em frente a esse albergue.
Eu sei que eh feio, mas nos finais de semana eh possivel viajar de bonde sem pagar passagem. Foi o que a gente fez, porque nao encontramos lugar para comprar bilhetes!!!! Ateh hoje nao sei onde compra.
A Hungria eh parte da Uniao Europeia, mas nao usa o Euro, entao nem adianta trocar libras (ou qualquer que seja a sua moeda) por Euros e depois trocar lah de novo - vai perder no cambio. Tive a impressao de que alguns lugares aceitam Euros, ou usam apenas como referencia, mas nao sao todos. Nao me pareceu um pais muito barato nao, mas tambem nao tivemos muito tempo para explorar restaurantes e lojas. Nao me entenda mal, tambem nao eh um lugar caro. Mas eh que se tratando de leste Europeu, todo mundo acha que eh o melhor custo-beneficio possivel.
(Um parenteses: ouvi dizer que a Slovakia/Eslovaquia eh ultra barata e ainda eh fronteira com a Austria, quem quer ver os dois, vah para Bratislava, e nao Viena).
Deixar-los-ei com fotos de Budapeste. Divirtam-se!

Budapeste, Hungria

O famoso Rio Danubio dividindo Buda e Peste.


A ponte de correntes... toda feita de correntes. A noite os predios principais as margens do Rio (incluindo essa ponte aih) sao todos iluminados e a vista eh linda! Muita gente ve semelhanca com Praga por causa disso.


Um pedaco do castelo que visitamos. O negocio eh imenso. Para subir nessas torres e ter uma vista mais bonita da cidade, tem que pagar, claro. Nada extremamente caro nao, uns 50 centavos de Euro.


Uma das "atracoes" do castelo eh um labirinto. Eu achei que era uma coisa historica, usado na epoca da(s) guerra(s), mas depois a gente descobriu que era piada mesmo. Eh escuro e umido (pessimo para quem tem alergia), cheio de replicas de pinturas pre-historicas, algumas "pedras" encontradas a milhoes de anos, etc e talz. Lendo as explicacoes eh que a gente percebe a gozacao. Bom, pelo menos eles tem senso de humor. Ah, uma coisa bacana: a gente chegou lah e disse que era estudante e ganhou desconto, sem precisar comprovar nada! :-D

Praca dos Herois. De um lado o Museu de Belas Artes, do outro o Museum de Arte Moderna (bom, eles sao muito parecidos, e eu estou chutando bonito o que eles sao - tipo um museu chamado Museu de Arte Aplicada, me explica o que significa isso?), mais adiante uma versao "miniatura" de um Castelo Romeno. Para quem nao sabe, hungaros e romenos nao sao muito fas uns dos outros. No passado andaram brigando pela regiao que eh hoje a Transilvania e voces sabem que essas coisas geram uma certa magoa (vide Ilha das Malvinas, Inglaterra vc Argentina).

Os jardins do tal castelo Romeno. O lugar eh muito bonito, uma delicia de ficar tomando sol, vendo gente, fazendo piquenique.

Tuesday, April 10, 2007

Veneza

Alguém me disse que a Páscoa era um bom momento para se visitar Veneza, porque a cidade estaria vazia de turistas e seria possível explorar a cidade com calma. Foi trote! Caraca, amigo, Veneza estava explodindo de gente! Não sei como não caiu gente naqueles canais. Ainda tentei ter esperança de que o povo - católico fervoroso - iria se enfiar nas missas e lá ficar. Ledo engano. Missa de católico é das 8h às 10h da manhã no máximo. Depois disso o povo tá liberado para pecar.

Optamos por montar acampamento em Verona por ser mais barato. Fomos dois dias a Veneza, de trem, que custa € 6.10 por trecho, por pessoa, e dura em média 2 horas. Pegamos o trem das 9h, chegamos perto das 11h e já encontramos uma estação lotada, com uma fila monstra para comprar bilhete do Vaporetto. Vaporetto é um ônibus aquático (popularmente conhecido como barco) que leva e traz turistas e locais pelas ruas alagadas (também conhecidas como canais) da cidade. O bilhete unitário custa € 6.00 e o passe de 12 horas custa € 13.00 (ou algo assim). Preferimos usar nossas pernas para transitar por Veneza, ao invés de brigar por um espaço no Vaporetto. Até porque italiano é bom de briga e a gente sairia perdendo.

(Abre parêntese: sabe aquele dramalhão de Copa do Mundo? Caiu, faz caras e bocas, sofre, chora, sua, tudo para cavar uma falta - que na maioria das vezes nunca existiu? Existe na vida real também. É tudo uma grande ópera lá. Fecha parêntese)

Compramos um mapinha por € 2.50 em italiano (porque o inglês estava em falta e entre italiano e francês, sou mais fluente *tóin* no primeiro, capice?) e lá fomos nós alegres e fagueiros. Cruza primeira ponte, passinho tartaruga, tentando apreciar a paisagem entre um "escusa" aqui e "grazie" acolá. Aliás, coisa engraçada e curiosa de lá: italiano quer saber se você é turista ou nativo não, pede informação, dá informação, bate papo, tudo em italiano. Achei bacana essa atitude tá-no-meu-país-fala-minha-língua-pô.

Apesar de não ser estudante há uns bons meses, ainda tenho mentalidade de e viajo como uma. Junta isso com essa coisa de morar na Europa e num ter mais saco para tanto museu, igreja e velharia, e a moral da história é: igreja? outra? cobra pra entrar? Próximo! Isso mesmo, pulamos váááááárias igrejinhas e museus que não iriam acrescentar muito no repertório. Vamos combinar que as igrejas italianas são lindinhas, mas quem foi a Roma viu quase tudo que precisava ver em termos de igreja.

A gente preferiu "viver" a cidade. Ir num café, tomar um Spritz (prosecco e uns trecos misturados, azeitona e limão), ver o movimento da pracinha enquanto os raios de sol queimam nossas bochechas. Que delícia só sentar e contemplar o mundo girando como se fosse um filme.

Veneza tem dois pontos ultra-super-mega-uau turísticos: Praça São Marcos e Ponte Rialto. A torcida do Flamengo toda se encontra nesses dois lugares. Consequentemente comida ali é bem mais caro do que nos outros lugares. A parte boa de pegar o mapa e sair andando é pode encontrar ruazinhas que só os nativos frequentam. A pizza custa € 4.00, enquanto nos lugares pop ela vai até € 11.00. Tem uma coisa que irrita na Itália é a tal cobraça de coberto. É tipo cobrar pelo uso da toalha da mesa. € 2.00 por cabeça. Habla serio!!!!! Por isso, a melhor opção para durangos e pão duros de plantão é comprar as mega-fatias de pizza e comer enquanto caminha. Uma fatia varia entre € 1.80 e € 2.20. E não se esqueça dos sorvetes! My precioussssss. Caraca, manjar dos Deuses. Tente provar o máximo de sabores possíveis. Me arrependo de não ter tomado mais. :-/bom, fica pra próxima.

Outra coisa que a gente não fez, mas que para os mais aventureiros é uma boa pedida: passeio de gôndola. Rola o papo de negociar o preço que os caras reduzem, mas isso só funciona se a oferta é maior do que a procura. Não foi o caso. Tinha engarrafamento de gôndola, meus caros! En-gar-ra-fa-men-to! Então a pessoa sai de Nova York, Londres, São Paulo pra pegar trânsito em canal??? Pois é, e ainda paga € 100.00 (CEM euros) pelo barco, que leva de uma a seis pessoas, num passeio de até 40 minutos. Ou seja, se você está de galera e cada um paga o seu, até que não é tão mal, né? Nem todos os gondoleiros usam aquela roupinha listrada e o chapeuzinho. Frustrante. E nem cantam o sole e mio. Por 100 pratas, tinha que ter Pavarotti lá.

Aliás, Veneza é bem musical. Em toda pracinha tem um músico (muitas das vezes bom) tocando um instrumento. Até os tais bolivianos tocando flautinha! (lembro deles em Copacabana, quando eu ainda morava lá, 5 anos atrás). Eu não resisti e várias vezes entoei o "dá-me um cornetto, é da gelatto, cornetto mioooooooooo" enquanto atravessava uma das mil pontes que cruzam os canais. Até um gon-do-leeeeei-ro, gon-dol-lei-ro, ao invés de bamboleio, saiu! Não tem jeito, o lugar desperta o seu eu musical.

Uma dica rápida: por conta de tanto canal, tanto riozinho, tanta água, dá muita vontade de fazer xixi. Os banheiros públicos custam € 1.00 por xixizada! O banheiro mais caro que vimos até agora em toda a Europa!!!!! Não é à toa que todo beco deserto cheira a mijo. E presenciamos uma cena bizarra: a mãe segurando a filha pelada para ela fazer pipi no canal. Quer economizar sem ter que poluir a cidade? Segure o xixi para quando você parar para comer. Foi o que fiz em dois lugares que não cobravam cobertos e tinham pizza a um preço honesto. Outra coisa: na estação de trem tem uma mega lanchonete que tem banheiro. Geralmente é para uso dos clientes, mas como o lugar é imenso, não tem como controlarem. O xixi da chegada e da saída estão garantidos!

Praça São Marcos é uma graça. A Catedral é linda. Mas quem disse que a gente teve coragem de entrar na fila? Uma pena, gostaria muito de ter visto o túmulo do apóstolo lá enterrado e ter visto a vista lá de cima, mas não rolava de ficar 4 horas em pé esperando quando ainda tínhamos muito a ver. Sim, somos péssimos turistas. Amém.

A ponte Rialto tem uma vista linda e ela em si é uma atração. A data de contrução é meio nebulosa, mas a ponte tal qual é hoje data de 1588, sendo a ponte mais antiga de Veneza. Um outro lugar interessante (mais pela história do que pelo lugar em si) é o Ghetto (claro que a música "O ghetto (sic) escuro esconde a violência" não saiu da minha cabeça), lugar onde os judeus de Veneza foram isolados. Aliás, o nome gueto nasceu daí. (Abre parêntese: você sabia que Venezuela significa Pequena Veneza? Eu não. Fecha parêntese)

Fomos numa pequetita exposição gratuita sobre Vivaldi em uma igrejinha. Vários instrumentos velhos, informações sobre o compositor Veneziano, música ambiente. Eu preferi ficar filmando e tirando fotos, enquanto Cipri se divertiu lendo a biografia dele. Acabei descobrindo que Vivaldi é o compositor favorito dele. Nem sabia que ele gostava de música clássica. Vivendo e aprendendo.

No setor comida, confesso que não gostei dos doces que provei não (exceto o sorvete, claro). Um era um bolo de chocolate com nozes e frutas cristalizadas que tinha um gosto ruim de frutas cristalizadas e acabou aí. O outro era tipo um cookie com nozes e passas. Não era ruim, mas era dispensável. Caloria mal consumida, eu diria. Os doces são muito mais bonitos do que saborosos. Na dúvida, fique com o sorvete (comi um de laranja com canela e chocolate, que foi... interessante).

Se estiver planejando visitar Veneza, cuidado com a época das marés altas (se é que tem isso). A água sobe e inunda tudo. A água me pareceu bem limpinha, mas ouvi dizer que fede no verão, então não deve ser tão limpa assim. Por outro lado, vi uma foto de Veneza no inverno que me pareceu um convite para voltar ao local.

Vou publicar fotos assim que juntar o USB com a máquina. Veneza fica muito mais interessante com imagens.

Bergamo

Bergamo é o que a Ryanair chama de Milão. Não só a Ryanair, é verdade. Mas é o seguinte: se você voar para Bergamo achando que está indo para Milão, saiba que de lá, ainda tem uma viagem de 1 hora de ônibus para a verdadeira Milão.

Chegamos em Bergamo (sabendo que não era Milão) e decidimos ir para Verona, sentido oposto. A idéia era tirar o dia para passear por Bergamo antes de pegar o trem para Verona. Acabou não sendo bem isso (cansados do vôo da madrugada, do desconforto do avião, etc etc etc).

Conseguimos andar um pouco pela Bergamo-moderna, comemos uma fatia tamanho família (hmmm, boa! a melhor que eu comi na viagem), tomamos sorvete (obrigatório para quem está na Itália, esqueça esse papo de dieta) e pegamos um sol. Não rolou pique de ir para Cittá Alta (cidade alta, porque fica no topo do morro). Tem ônibus levando do aeroporto até a Cittá Alta, o mesmo ônibus que pára na estação de trem. Ficamos com a segunda opção. Lá debaixo é possível ver o muro que circunda a cidade alta e algumas torres. Pelo que eu vi, valeria a pena a visita. Fica a dica para quem estiver de bobeira por Bergamo e tiver um diazinho livre. Depois me conta como foi! :-)

De qualquer forma, o vôo para Bergamo é um dos mais baratos do repertório Ryanair, então a idéia é que voltemos à Itália muito em breve.

Thursday, January 18, 2007

Gran Carária

Queridos leitores, antes de mais nada, desculpem o atraso da atualização desse blog. A viagem tá quase fazendo um mês e até agora nada. Os posts abaixos estão escritos faz tempo, mas e a preguiça? Resolvi postar assim mesmo, mesmo sem as fotos da viagem. E comecei a preparar um dia-a-dia para dar uma idéia mais clara da viagem, mas parei no 3º dia. 4 more to go.

Então, abaixo é um brainstorming de dicas e primeiras impressões locais. Mais informações, com ilustrações, ainda por vir.
Como e quanto!

Fomos de pacote turístico, o melhor custo-benefício para essa época do ano, principalmente comprando “em cima da hora” (leia-se em outubro). A passagem Londres – Las Palmas – Londres, saindo no dia 25 de dezembro e voltando no dia 1 de janeiro, mais 7 noites em acomodação self catering (saleta com mini cozinha, quarto e banheiro) saiu a £ 322.00 por cabeça, pela Thomas Cook (www.thomascook.com). Atenção: quando você fecha um pacote no site, eles incluem tudo e mais um pouco, como transfer, seguro não-sei-o-que, comida no avião... Se você é do tipo mochileiro, estudante, pé-rapado, vai preferir se organizar e fugir desses custos (eles são para inglês pagar!).

Vantagens: preços em conta para essa época do ano. Se você montar seu próprio pacote, saindo e voltando no dia que VOCÊ quer, é capaz de sair pelo menos o dobro ou o triplo por pessoa. A acomodação tambem é OK, porque a empresa meio que pré-seleciona hotéis e pousadas para atender os clientes malas. O nosso era um “2 estrelas”, mas melhor do que muita pousadinha ma-o-meno que eu fiquei.

Desvantagens: viajar no dia 25 de dezembro é o caos! Em Londres, não tem condução. Tinha ônibus saindo da estação de Vitoria até o aeroporto, mas de hora em hora, e nã tinha como chegar a estação de Vitoria a não ser de táxi. Ou seja, morremos em £ 80.00 indo de New Cross ao aeroporto de Gatwick de táxi (a empresa nos cobrou £ 75.00, mas o motorista enfiou os £ 5.00 no meio e era Natal, a gente não quis discutir). Na Ilha, o mesmo problema. Conseguimos um ônibus (€ 3.30/pessoa) que passava de meia em meia hora e nos deixou próximo ao hotel (o fulano da Thomas Cook nos disse que não havia ônibus e que teríamos que pegar um téxi - € 30.00). Nenhum mercado aberto. Como era self catering, a comida quem providencia somos nós. Encontramos um restaurante, mas ficamos com fome à noite. Até porque o nosso hotel só estava servindo a ceia de Natal e nada mais (€ 25.00/pessoa).
O hotel: El Cardonal

Não era nenhum 4 estrelas, mas era decente. À primeira vista, pareceria ser muito bom. Piscina, restaurante, bangalôs (casinhas) separadas. Cada quarto (pelo menos os de casal) tinha uma saletinha com sofá, TV 14”, mesa de centro, e era ligada à cozinha (kitnet) com mesa, microondas, torradeira, geladeira, pia e armários. O banheiro tinha a pia, uma banheira com chuveiro, o vaso e até um bidê! Bidê não é normal em alguns lugares da Europa, tanto que o senhor meu namorado olhou assustado perguntando que diabos era aquilo. No quarto tinham duas camas de solteiro juntas, mesas de cabeceira em cada um dos lados, um espelho grande e armários. Rolava um serviço de quarto, onde arrumavam a cama e checavam o papel higiênico e tiravam o lixo. Até aí, bem bacana.

Mas vamos ao lado critico de uma menina “fresca”. O lugar cheirava a mofo. Nao estava o supra sumo da limpeza. A banheira estava com umas manchas meio ferrugem – ou seja, banho de chinelinho no chuveiro e olhe lah! O termo self catering se aplica a tudo: ateh detergente e esponja tivemos que comprar. Nao tem nem aqueles sabonetinhos vagabas que a gente usa pra lavar mao, saca?

Um dica: procure saber tudo que o seu hotel tem a te oferecer. A TV do nosso era alugada (TV a cabo): por € 15.00 a semana, a gente teria direito a não sei quantos canais de TV, mais dois de filmes. A diária saía a € 2.50. Se não pagar, a TV nem liga. Descobrimos mais tarde que o hotel também alugava DVDs. Por € 5.00 a diária (não lembro o valor por semana, mas era bem mais barato). Poderíamos ter alugado no dia 25, se soubessemos a tempo, já que não havia muito o que se fazer à noite. Aliás, o hotel alugava quase de tudo: ferro de passar roupa, sanduicheira, abajur, barraca de praia e por aí vai.
Nativos e turistas: Gastei meu espanhol nessa viagem.

Gastei tanto que estou no débito. Mas as pessoas – como a grande maioria dos espanhóis – são a simpatia personificada! É uma alegria conversar com eles, sempre sorridentes, e tranquilões como nós brasileiros. Além de falarem um pouco de inglês, todos entendem nuestro portunhol. Então aproveite para falar e praticar!

Não adianta ter pressa; se você vai a um restaurante, melhor não estar morrendo de fome, porque a comida leva um tempo pra chegar na mesa. Imagino eu que seja porque tudo é feito na hora, fresquinho. Como as ilhas Canárias são parte do territorio espanhol, (quase) todo mundo que trabalha lá fala espanhol. Mas a grande maioria dos turistas vêem de lugares extremamente frios. Alemanha, por exemplo. Como tem alemão naquela terra! Em segundo lugar acho que são os ingleses, graças a pacotes como o da Thomas Cook. Mas os nórdicos (noruegueses, suecos, finlandeses e dinamarqueses) também tem seu lugar cativo. Aliás, eu notei duas igrejas norueguesas em Gran Canaria. Muitos restaurantes alemães, britânicos (e alguns poucos pubs irlandeses) e nórdicos. E, claro, italianos. Comida italiana é simples, barata e agrada todo mundo. Quem não come uma pizza? Só mulher de dieta. Claro que existem os restaurantes espanhóis/canários, com muito peixe e frutos do mar.

Nunca deixe para amanha o que pode fazer hoje!

E algumas outras dicas:

* Quando chegamos no hotel, notamos que o aluguel de carro lá é bem em conta. Pensamos "que beleza, quem sabe a gente nao aluga, né?". Manés! Levamos dois dias pensando e quando resolvemos não havia um carro sequer em toda a ilha a ser alugado. Nem no sul, nem no norte.

* Leite condensado lá eh MUITO mais barato do que aqui. Metade do preço, sabe como? Aqui custa £ 1.40, lah, £ 0.60! Vi o leite condensado (e "La Lechera", ou seja, Leite Moca) a esse preco durante 6 dias! No 7o dia, quando resolvi comprar para trazer (tenho que fazer mousse de maracujá, gente!), cadê???

* Não eh frescura de mulherzinha, mas kit manicure basico eh vital! A unha fica o ó do borogodó, principalmente porque a areia de lá á daquelas bem fininhas e com grãos pretos. Entranha no dedo, na unha, na alma! Uma lixinha, um alicate, de repente atá uma base são indispensáveis. Ah sim, uma pinça para aparar as sobrancelhas nao fazem mal e nem ocupam espaço na mala.

* Nao é porque a gente nao sente o sol que ele nao queima. Tudo bem, queima menos, mas filtro solar - um fator menor do que o de costume - eh sempre bem-vindo. Na hora nao notei que estava queimada, mas agora é possível ver um pouco e principalmente sentir a pele ressecada. Ah sim, protetor labial, não só para o sol, mas para o vento (frio) também é um salvador!

* Livro, ipod/diskman, querido diário. Podem salvar aquela noite preguiçosa, ou fazer o tempo passar dentro do ônibus.

Saturday, December 16, 2006

Boa noticias para brasileiros

Infelizmente esse post não trata de nenhuma viagem nova que minha pessoa fez, mas traz uma boa notícia para os Brasileiros. O Governo Português andou mudando a lei de nacionalidade e agora é possivel pedir a nacionalidade portuguesa direto de avô para neto, sem ter que obrigatoriamente naturalizar um dos pais também. Vejam trechos tirados do site do Portal do Cidadão e do Diário da República, respectivamente:

"A lei permite igualmente aos netos de portugueses, nascidos no estrangeiro, adquirirem a nacionalidade portuguesa. Desta forma, o Governo permite a 'naturalização aos indivíduos nascidos no estrangeiro com pelo menos um ascendente do segundo grau da linha directa de nacionalidade portuguesa e que não tenham perdido essa nacionalidade'".

"Artigo 6o. 4 - O Governo concede a naturalização, com dispensa do requisito previsto na alínea b) do n. 1, a indivíduos nascidos no estrangeiro com, pelo menos, um ascendente do 2o grau da linha recta da naciolidade portuguesa e que não tenha perdido esta nacionalidade."

Traduzindo para o bom português: se seu vô ou
vó imigrou para o Brasil e não perdeu a nacionalidade portuguesa (sei lá porque perderia, mas...), você pode requerer a nacionalidade sem ter que obrigar ao seu pai ou mãe (dependendo de quem é o filho do português) a virar portuga também. Essa lei só estava esperando a publicação no Diário Oficial de lá.

Para os que estão interessados no processo:
1) Primeiro é preciso pegar uma certidão de nascimento atualizada do vô-vó português. Se o parente tem menos de 100 anos, é possível requerer online, mas tem que saber todos os detalhes, como data e local de nascimento. Para requerer o formulário online, basta ir em: http://www.portaldocidadao.pt/PORTAL/pt/certidoes_online/HP.htm. Pode-se pagar com cartão de crédito e eles entregam em casa.

Com essa certidão de nascimento em mãos, é importante checar se todos os dados estão corretos na SUA certidão. O nome do meu vô, por exemplo, estava errado na minha certidão, então lá fui eu ter que trocar minha certidão de nascimento no Brasil. Seria interessante também checar com o consulado português na sua cidade quais os novos procedimentos. Tentei pesquisar isso e não consegui achar, mas acredito que a documentação dos pais também seja necessária, mesmo que eles não sejam portugueses. Também não sei se a nova Lei facilita ou atrasada a nossa vida, mas o meu processo, desde pegar a certidão do meu avô em Portugal (sim, o fofo tinha mais de 100 anos) até sair minha identidade, levou 1 ano e 2 meses, mas porque não pude me dedicar integralmente a isso estando em Londres e as coisas tendo que correr no Rio de Janeiro. Acredito que todo o processo poderia ser reduzido em uns 3-5 meses se eu estivesse no Brasil.

Está aí a dica. Eu digo que ter uma cidadania européia vale mais do que a pena. Abre mil portas e facilita a vida. Americanos em geral (do Canadá à Argentina), precisam de visto para trabalhar na Europa. Brasileiros, Norte Americanos e Canadenses não precisam de visto para turismo, mas Brasileiro sofre na pele a discriminação, tem que comprovar vínculo no Brasil, mostrar dinheiro para se manter, etc. Ah sim, e sendo cidadão da UE, não precisa de visto de turismo para os EUA.

Bom sorte aos que forem tentar! :-)

Thursday, December 07, 2006

Fotos de Lisboa













Do lado esquerdo, temos a Igreja de Santo Antônio, onde ele nasceu. Um pouquinho mais à frente fica a Catedral da Sé (direita). Como todo país católico que se preza, Portugal - e claro, Lisboa - tem igreja em tudo quanto é esquina. Para quem não sabe, a cidade de Fátima, próxima a Lisboa, atrai fiéis do mundo inteiro para fazer e pagar promessas. Até a Ana Maria Braga já passou por lá (momento cultural inútil). Para os não-religiosos, vale admirar as edificações, lembrar um pouco de História e pensar em como o mundo é velho!














Duas fotos da mesma ponte: a 25 de abril. Do lado esquerdo, atravessando a ponte rumo à Lisboa. Do lado direito, vista do Castelo de São Jorge. Pena que não deu pra pegar o Cristo Rei, ele fica um pouco mais à esquerda.












Duas vistas da mesma praça. Essa é a Pedro V, uma das principais de Lisboa. Reparem na calçada, não lembra o calçadão de Copacabana?


O 'elétrico' amarelo é o transporte público. O 'elétrico' vermelho é o turístico. Esse, na verdade, é a bilheteria dos ônibus de passeio. Bonitinhos, não?

Tuesday, November 28, 2006

Lisboa

Minha ida à Lisboa não pode ser considerada turismo, já que fui dar entrada na identidade e no passaporte portugueses. Mas ninguém fica 2 dias e meio em Lisboa e não vai dar uma voltinha, né?

Fui de Monarch, uma budget airline como muitas por aqui e minha passagem custou £ 82.00. Não é barata, mas também não foi cara. Quanto é uma passagem Rio/BH/Rio? Para quem vem fazer turismo na Europa, recomendo comprar a passagem de ida e volta separadamente dos trechos internos. Dica para checar valores: www.skyscanner.com. Uma curiosidade: vi minha passagem nesse site, e quando fui comprar diretamente no site da Monarch, a passagem estava £ 10.00 mais barata.

Para variar, o vôo atrasou - duas horas. Esse é um mal de vôos de/para Londres, com chuva e principalmente via budget airlines. Peguei um táxi do aeroporto até o Largo do Carmo, no centro antigo de Lisboa, que me custou € 12.00. Fui encontrar minha amiga no jornal onde ela trabalha, fomos jantar na casa dos pais dela e depois fomos tomar um café com uns amigos num lugar muito fofo chamado Chapitô. Fica no alto de uma ladeira (aliás, como tem ladeira em Portugal! Atenção: sapatos confortáveis, SEMPRE!) com vista para a ponte 25 de abril, o Cristo e a Praça do Comércio e sua árvore de Natal estilo a da Lagoa no Rio de Janeiro.

Come-se muito bem em Portugal. Sabe aquela coisa de avó de "come mais, meu filho! tá tão magrinho! não gostou da comida???" Pois é, isso é bom comum nas casas portuguesas. Ninguém passa fome. As porções nos restaurantes também são fartas. No dia seguinte fui almoçar num shopping e por € 6.30 eu comi um PF (prato feito) de bife de picanha a cavalo - cujo nome eu esqueci - com arroz e batata frita e uma saladinha, mais uma coca cola. A mousse de maracujá custou-me € 2.00. Existem milhares de padarias/confeitarias com doces típicos portugueses, mas confesso que não fui a nenhuma.

A parte antiga de Portugal é uma das mais caras. Próximo à Praça Luis de Camões tem umas padarias - uma delas chama-se Brasileirinha, ou algo do gênero, com uma estátua de Fernando Pessoa para os turistas tirarem fotos. Comi um croissant médio com queijo e um suco de laranja por € 5.00, enquanto numa área menos turística (Restauradores), um misto quente (equivalente a 4 sanduíches) e um chocolate quente custaram € 4.00. Os portugueses não entendem a paixão do brasileiro por bolinho de bacalhau, que lá é pastel de bacalhau. Como é super comum lá, aproveite para comer! Eu comi alguns caseiros e estava bom de lamber os beiços.

Reserve um dia para andar por Lisboa antiga. Ao contrário do centro antigo do Rio, Lisboa conservou bem os prédios históricos e caminhar pelas ruas estreitas de paralelepípedos, calçadas de pedras portuguesas faz lembrar um pouco a cidade maravilhosa, numa versão mais limpinha. Como já havia dito antes, são muitos altos e baixos. Vale a pena andar a pé e prestar atenção nos detalhes das fachadas, nas escadarias, nos botecos, nas pessoas, mas se o sapato não for confortável, pode ser uma tortura também. Alternativamente, pode-se pegar esses ônibus turísticos que dão a volta pela cidade, ou ainda andar de bonde. Existem duas versões: a turística, que custa € 14.00, cujo passeio leva 1h30 sem parar, e o bonde local, transporte urbano dos portuguesas e custa € 1.30 por viagem (saiu, pegou outro, paga de novo).

Eu resolvi subir ao Castelo de São Jorge (esse mesmo, que matou o dragão) a pé. Andei pela Baixa, visitei a praça Pedro V, grande, bonita, cheia de vida, mesmo na chuva. Parei na Igreja de Santo Antônio (que, por ignorância total em assuntos religiosos, eu nunca soube que era Lisboeta). A igreja foi construída no mesmo lugar onde Sto. Antônio nasceu. O quarto dele virou um local para rezar e segundo consta, até o Papa João Paulo - o fofo - já andou rezando por lá. Não sou muito religiosa não, mas por via das dúvidas, agradeci a graça concedida (hahaha) e pedi pelas minhas amigas solteiras. De lá para a Catedral da Sé é um pulo. Eu sou facilmente impressionável com coisas antigas e históricas, sei lá porquê. Acho que me faz questionar a origem de tudo, de como era antes do que a gente conhece por "civilização", do que se transformou o hoje, de como a Terra é velha, e de como tem gente que faz a diferença no mundo. São Vicente está enterrado (?) nessa catedral, mas como era uma área paga (pelo que entendi) e eu não sou muito chegada - nem sei quem foi São Vincente, pra ser sincera, mas descibri lá que é o Padroeiro de Lisboa - não fui. Mas todo o restante da Catedral é muito bonito, imponente, tudo de pedra, teto muito alto. Dá um certo arrepio quando está caindo mó pé d'água lá fora; parece cenário de filme de suspense.

Depois da Sé continuei subindo e passei - sem querer - a entrada para o Castelo. Lá em cima tem um mirante bacana e pode-se ver o Mosteiro de São Vincente, uma bela edificação, que dá até vontade de visitar. Eu iria, se não fossem minhas pernas pedindo arrego e me lembrando que ainda tinha o castelo. Dei meia volta e fui para o castelo. € 5.00 de entrada, mas estudante paga meia. Atenção estudantes portadores de carteira internacional: perguntar não ofende, mostrem SEMPRE a carteira de estudante na Europa! O castelo é grande, a vista é linda (ok, estava chovendo e nublado), é muito legal tentar identificar lá de cima os locais por onde já passamos. Os restaurantes estavam fechados, mas deu pra ver que no verão aquele lugar é um sonho, tipo o castelo de Nice. O Castelo de São Jorge não é como os castelos franceses ou ingleses, que são mantidos intactos, com todos os quartos e imobília, e uma coisa que senti falta foi de sinalização e/ou guias para nos contar a história do lugar. Até tem visita guiada, mas é para um mínimo de 10 visitantes, e eu estava sola. Na descida, não aguentei e peguei um bonde. Eles são do início do século passado e é uma experiência interessante.

À noite, fui visitar o local onde foi a Expo 98. Estive em Lisboa quando ainda estava em obra para receber o evento e dava pra ver que o serviço ia ser bem feito. Ao contrário de muitas obras por aí, os Lisboetas souberam fazer bom uso do dinheiro e investiram a longo prazo. O local hoje, além de pavilhões para exposições e shows, conta ainda com um Cassino, hotéis de luxo, apartamentos bacanas, prédios comerciais, muuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitos bares, e por aí vai. Infelizmente não pude ver a famosa ponte Vasco da Gama, uma das maiores da Europa, construída na época para ser uma outra ligação das margens do Rio Tejo (antes era só a 25 de abril).

Falando em ponte, a 25 de abril é uma ponte diferente das que vi pela Europa. Lembra a Golden Gate, em São Francisco, e liga Lisboa a Almada (onde minha amiga mora - aliás, ela disse que existem muitos brasileiros por lá, provavelmente por causa da praia. Lisboa não é muito bem servida de praia, não). Ao sair da ponta, já em Almada, a gente dá de cara com o Cristo Rei. Os cariocas egocêntricos acham logo que é uma alusão ao Cristo Redentor, mas ledo engano. Eu nem sabia, mas é possível pegar um elevador no Cristo e admirar a vista lá de cima. No passeio de ônibus que eu fiz, nos foi dito que esse Cristo foi construído para comemorar a não-participação de Portugal na 2a Guerra Mundial. Causa nobre.

No meu último dia de Lisboa - o que mais choveu - resolvi pegar esses ônibus de turismo. Quando se tem pouco tempo, é a melhor opção, porque pode-se ter um apanhado geral sobre a cidade, com algumas informações úteis. Pra ser sincera, se o orçamento da viagem não for muito baixo, recomendo uma volta completa mesmo quando se tem tempo. Depois é só fazer os pontos que mais gostar a pé ou de uma forma mais barata. Em Lisboa existem 4 roteiros diferentes: dois com bonde (não pode sair e pegá-lo em outro ponto) e que custam € 17.00 cada e dois com ônibus (um que vai pelo local da Expo e outro que pega o centro histórico e vai a Belém) e que custa € 14.00 cada. Todos saem da Praça do Comércio - ao contrário do passeio em Londres, não se pode comprar o bilhete no ônibus, e sim num bonde-escritório na Praça. Optei pela Tagus Tour (curiosidade, Tagus é o nome gringo do Rio Tejo), porque eu queria muito rever Belém, o lugar que mais me marcou quando da minha primeira visita à cidade. Eu já havia andado a maior parte a pé ou de carro com a minha amiga, mas de ônibus tem toda a explicação dos lugares, umas informações estilo rádio-relógio, mas que são divertidas.

A coisa mais engraçada de fazer turismo em Portugal, pelo menos para brasileiros, é a familiaridade dos nomes. Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Camões, agora Inês é Morta. Tem um "quê" de confortante entender a língua, de brincar com as diferenças de vocabulário (comboio = trem, autocarro = ônibus, etc). "Pois" e "pá" são minhas expressões favoritas. E é muito fofo ouvi-los usando palavras no diminutivo. Dá uma saudade louca de casa, de queijo de minas com café quente, bolo de milho, música baixinha, cachorro latindo lá fora, e gargalhadas. Vixe, bateu aquela coisa de pátria-mãe, colo de mãe. Por mais que a gente se revolte com essa coisa de ser Colônia, etc, estar em Portugal e ser bem recebido pelos portugueses é aconchegante.

Voltando ao passeio. Devido à chuva forte, ninguém saiu do ônibus, o que fez o passeio ser um pouco mais rápido (1h30). Acabei vendo que preciso voltar a Lisboa para visitar vários lugares que não pude ir, como o mercado da Praça de Espanha, o Zoológico (já soube que não é tão bem cuidado), museu/espaço cultural Calouste Gulbenkian, Bairro Alto, Mercado da Ribeira, etc. Também quero ir a Caiscais - de trem. E voltar a Belém sem chuva, para comer os famosos pastéis de Belém e visitar mais uma vez o Mosteiro dos Jerônimos - lá estão enterrados Vasco da Gama, Camões e outros.

Ah sim, informação muito útil: o bilhete desse passeio te dá direito a andar em toda a rede de transporte Carris, incluindo bonde e ônibus, além do ônibus especial para o aeroporto. Ou seja, não paguei nada pra ir para o aeroporto dessa vez (o ônibus custa € 3.00).

Bom, essa foi minha curtíssima passagem por Lisboa, que ficou com gostinho de quero mais. Visita totalmente recomendada, principalmente pela hospitalidade dos portugueses. Para quem mora fora, dá pra matar saudades dos avós, se é que vocês me entendem! :-D

*****

Rádio-relógio: Lisboa foi vítima de muitos terromotos no passado. Um dos mais trágicos de que se tem registro foi o de 1º de novembro (Dia de Todos os Santos) de 1755, que devastou a cidade e a maioria dos seus monumentos. O processo de reconstrução da cidade foi iniciado pelo Ministro Marques de Pombal, e, aprendendo com o passado, construiu ruas mais largas e edificações resistentes a terremotos. Vários momumentos tiveram que ser reconstruídos, como a Catedral da Sé - que por sua vez é veterana em terremotos.

Sunday, November 26, 2006

Viajar é preciso!

Estava eu, há um tempo atrás, contando minhas aventuras em Nice para a Laine (Lalá para os íntimos), quando ela me sugeriu que escrevesse um livro sobre minhas viagens. E não foi uma metáfora, ela estava falando das viagens que fiz e faço pela Europa, incluindo dicas e passeios pela minha amada Londres (olha o deboche, Christina).

Confesso que livro é um pouco too much para mim nesse exato momento. Auto-crítica e baixa auto-estima não me permitem que pense em algo tão grandioso. Mas blog, por que não? É público, mas é pessoal, não cobro nada, ninguém paga nada, então se eu quiser falar que em South East London tem muita gente feia, ninguém há de me criticar. Opinião é que nem bunda, todo mundo tem e preza-se muito a dita cuja.

Dito isto, é com muito orgulho que vos apresento o novíssimo Meus Experimentos, minha terceira incursão ao mundo do "é público, mas é privado". Ao contrário do Mudando de assunto e do The Sky is Gray... Again, esse Meus Experimentos não tem dia nem hora de ser atualizado, exceto quando eu viajar, óbvio. A intenção é que ele seja atualizado logo após eu voltar de viagem, porque senão eu esqueço muita coisa. Idade é uma meleca e minha memória é seletiva.
O primeiro experimento? Minha curtíssima viagem de negócios à Lisboa. O próximo post se trata disso. :-) Espero que gostem e que as dicas sejam úteis. Aceito sugestões e posso até atender a pedidos, mas não prometo nada. Para assuntos pessoais e viagens metafóricas, continuem usando os dois endereços dados acima. Até logo!